Terra das sombras pdf

Durga ajudou-me a estabelecer limites mais definidos. Terrs concentre-se no fato de estar no seu lugar de relaxamen to ao ar livre. We are a non-profit group that run this website to share documents.

Os Dunedain surgiram justamente quando um meio-elfo escolheu seguir o caminho dos homens. Embaralhe as cartas enquanto se concentra na sua necessidade ou pedido particular. Muitos anos e muitos livros depois, descobri que, antes do patnar-cado e do Deus masculino, houve uma Deusa que todos os immortais da antiguidade veneravam e respeitavam.

E se Liam morrer antes de Knox poder dizer o quanto ele ama o VP sexy? Atraia essa energia para o seu primeiro chakra. Visualize, sinta ou perceba a abertura de uma caverna. Olhe para o seu corpo. O banho Quando tiver um tempinho para si mesma, tome um banho. Assumiu um novo projeto ou teve mais um filho? This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website.

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Meu quarto ficava no primeiro andar, bem em cima do telhado da varanda. Realmente me senti. Nunca pintei o cabelo. Nem uso esmalte escuro nas unhas. No final das contas, sou uma adolescente americana perfeitamente normal e comum.

Na realidade, tento evitar essa coisa toda o mais que posso. Estou me referindo aos fantasmas. Suponho que posso parecer maluca para certas pessoas. A maioria do pessoal no bairro onde eu morava certamente achava isto.

Que eu era biruta. Mais de uma vez puseram os conselheiros da escola para cuidar de mim. Eles me achariam. Eles sempre me acham. Ainda me lembro do primeiro. Nem de fantasmas, por sinal. E certamente me chateiam um bocado. Mas me dar medo? Todos mesmo. Qualquer um. E posso lhe garantir que isto significa um bocado de fantasmas. Ou, no meu caso, qualquer fantasma. Duvido que ela soubesse. Escuta, Suze. Queijo quente? Mas eu esperava pelo menos que ela percebesse aquela coisa que estava flutuando no alto da escada.

E eu nunca comentei. Eu os via. Eles falavam comigo. Ponto final. Isso mesmo. Simples assim. E por que haveria de acreditar? Eles tinham ficado malucos? Tudo bem, ele podia ter morrido. Esta parte eu tinha pego. Mas certamente ia voltar. Quem ia me ensinar a dirigir quando eu tivesse 16 anos, como ele havia prometido? Todo dia eu estava vendo uma quantidade de pessoas mortas. E no fim eu estava certa. Puxa vida, meu pai tinha morrido. Ele morreu de um enfarte fulminante. Meu pai adorava cerveja.

Isto me deixava muito triste. Quando estava vivo, ele tinha de ir para o trabalho quase todo dia. De modo que o vejo um bocado. Foi numa festa na escola. Madame Zara leu as cartas uma vez, ficou confusa, embaralhou-as e leu de novo. Meu Deus! Gina ficou com ar de absoluto espanto. Mas eu sabia. Bom, quase Simplesmente e infelizmente tenho essa capacidade de me comunicar com os mortos.

Eu sou a mediadora. Nem sequer um pagamento por hora. Obrigada mesmo. E como ele parecia querer tanto, eu estava decidida a ser mesmo feliz. Eu tirei minha jaqueta de couro.

Uns 25 graus. Eu quase havia torrado no carro. Especialmente desde que papai morreu. Mas, como disse, nunca tive de cumprir nenhuma pena por nada. Quando estou com minhas botinas, tenho a mesma altura que ela.

Ela saiu e fechou a porta. E perguntou, com uma voz rouca por falta de uso: — Que quer dizer E traduzi: — Esticou as canelas. Foi desta para melhor. Ele piscou com aqueles enormes olhos negros. Suas pestanas eram mais longas que as minhas.

Afinal de contas, sou uma profissional. Eu engoli em seco. Bota seco nisso. Deveria estar em algum outro lugar fazendo alguma coisa que as pessoas devem fazer depois que morrem. Mas faltava pouco.

Vai fundo. Achei que gostaria de ficar sabendo que eu tenho um nome. Eu me chamo Jesse. Faz sentido. Jesse agora estava sorrindo para mim.

Ele tinha um belo rosto. Uma cara boa. O tipo de rosto que a Gina recortava das revistas para colar na parede do quarto. O que ele parecia mesmo era perigoso. Eu olhei bem fixo para ele. Estou com calor e quero trocar de roupa. Ele continuou sorrindo. Por que eu teria de sair? Dessa vez ele entendeu direitinho. Imediatamente eu lamentei ter dito o que disse. Ele era alto, bem mais alto que eu, e olhe que com minhas botas eu tenho um metro e setenta e cinco. Ficam alterados ao menor motivo.

E tira este dedo do meu nariz. E como poderiam ter? Sobretudo um sujeito morto. Isto me deixou meio intrigada. Deu para entender? Vou lhe dar algum tempo para pensar. Ele vai entender. Eles sempre entendem. Bom, quase sempre. Mas eu nunca disse mesmo que era uma terapeuta Tem alguma festa ou coisa assim? Mas o Soneca tinha um emprego? Era novidade para mim, e eu perguntei: — Onde ele trabalha? Da cozinha, areando uma forma de bolo na pia, o Andy explicou: — Ele faz as entregas.

Volta para casa com um monte de gorjetas. Talvez na semana que vem. Minha nossa, que havia de errado com aquele lugar? E logo ficou claro que Coolboarder era um videogame. Mereciam palmas por estarem dando o melhor de si. Enquanto esperava que as pipocas estourassem, eu ficava me perguntando o que meu pai diria de tudo aquilo. Ele pareceu ficar meio magoado. Claro que eu estava mentindo. Eu tinha ficado com os nervos em frangalhos ante a perspectiva de me mudar.

Afinal de contas, Jesse era um garoto, e estava no meu quarto, e os pais supostamente detestam esse tipo de coisa Tirei a pipoca e abri o pacote. Ela pareceu aliviada. Eu sei que ela sempre se sentiu meio decepcionada comigo. Ela sempre quis ter uma filha adolescente legal e normal. Em vez disso, foi arranjar a mim. Eu devia Vou desfazer as malas daqui a pouquinho — respondi, enquanto observava o Mestre vasculhando uma gaveta.

Eu me levantei, meio zonza, e fui para o quarto. Posso dizer que ainda dou conta do recado. Olhei ao redor, sentindo a brisa fresca que entrava, o ar salgado do litoral. Para minha surpresa, eu via que estava sozinha. Sozinha de verdade. Zona livre de fantasmas. Exatamente o que eu sempre quisera.

Mestre podia ser a pessoa indicada caso Jesse voltasse a aparecer. Onde estavam os fantasmas? Talvez eles tivessem medo de ficar por ali.

Atirando-o pela janela, eu certamente conseguira que me ouvisse e que se decidisse a tomar o bom caminho para todo o sempre.

Esta deve ser Suzannah Simon. Queiram entrar, por favor. Logo no primeiro dia do semestre? Adam deu de ombros: — Que posso dizer? A baranga me odeia. Respondi que estava gostando muito, especialmente do mar. Fiquei desejando que ele estivesse na minha classe.

Padre Dominic explicou que um deles era meu e que ele trazia consigo o segredo para abri-lo. Tivera de sair com dificuldade de baixo das cobertas para fechar as janelas. Pois agora, pensando bem no assunto De repente, eu parei. Tenho de reconhecer que ao ouvir isto eu surtei. Mais que depressa dei meia-volta e, quando vi, estava embasbacada diante de padre Dominic, que apertava os olhinhos para mim com curiosidade.

Ele fez que sim. Eu mal conseguia ouvi-lo. Ainda precisava me acostumar ao fato de finalmente ter encontrado outro mediador, depois de todos aqueles anos. Minha nossa, eu estava tentando imaginar o que havia acontecido com todos eles. Esperava encontrar centenas Apenas cumpri o meu dever, fazendo uso do dom celestial que recebi de Deus.

Eu fiz cara de espanto. Ele pareceu surpreso. Veja como fala! Ele passou a semana inteira tentando se livrar de mim. Heather me olhou sem a mais leve sombra de medo. Eu esperava que ela revidasse, mas em vez disso Heather deu um gemido e saiu correndo pelo corredor. Claro que ela voltaria. Eu apenas a havia assustado. Ela voltaria. Livre da Heather, eu soprei as juntas dos dedos. Os fantasmas podem ter maxilares bem resistentes.

Tudo certo. Simon, muito bem. Parecia mais um lenhador. Por volta de duas horas. Talvez fosse a minha roupa. Com o preto nunca tem erro. Ou talvez tenha.

Foi o que eu fiz, e todo mundo ficou me olhando com cara de tacho. Comecei a sentir um suorzinho escorrendo pela nuca. Gente de 16 anos pode ser mesmo assustadora. Mas o professor era um bom sujeito. Parece algo simples, certo?

Simplesmente tome o seu lugar. Um deles era ao lado de uma garota bronzeada linda, com uma espessa e encaracolada cabeleira de um louro queimado.

Uma albina. Mas eu nem hesitei. Eu olhei para ela. O professor voltara-se para escrever alguma coisa no quadro-negro mas se deteve ao ouvir minha voz. Ela se virou rapidinho para a frente. E eu sentei no meu lugar. Puxa vida. Eu nem queria mesmo. Defendendo a albina Por acaso sentiu pena de mim? Dava para ver que a garota albina ficou com vontade de rir quando eu chamei a Debbie de mala, mas ficou firme. Eu dei de ombros. Em pleno inverno!

Logo vi que meu trabalho ia ser facilitado. Praticamente a primeira coisa que ela me perguntou, depois de superar a raiva que lhe provoquei, foi se eu estaria interessada em escrever alguma coisa para o jornal.

Meus leitores teriam o maior interesse, especialmente garotas como Kelly e Debbie. E ela caiu no riso, sem parecer propriamente perversa, mas tampouco sem nada de inocente. Havia apenas setenta segundanistas. Dunga vivia com os descolados e ao redor deles estavam sempre flutuando — mais ou menos como as gaivotas tinham flutuado em volta de mim — as garotas bonitinhas e bronzeadas da turma, inclusive aquela ao lado da qual eu evitara sentar.

Soneca talvez fosse o mais interessante. Mas ficou sentado numa das mesas de piquenique com os olhos fechados e o rosto voltado para o sol. O que me interessou foi o que estava acontecendo ao lado do Soneca. Fiquei pensando que Soneca e seu amigo bem que podiam ser chegados a puxar um fumo. Isto explicaria muita coisa sobre o Soneca. Dava para entender por que tantos alunos traziam lanche de casa. A merenda tinha sido cachorro-quente. Isso mesmo, cachorro-quente. Ele estava comendo Cheetos de um saco gigante que acabara de tirar de sua mochila de couro.

Uma mochila Louis Vuitton, diga-se de passagem. As outras garotas soltaram um risinho nervoso. Ele acabou com ela. Uma garota negra bonitinha chamada Bernadette, que com seu metro e 80 era mais alta que todo mundo ali, inclinou-se para a frente e sussurrou: — Ouvi dizer que ele terminou com ela no shopping.

Todo mundo, menos eu, deu um gemido ao ouvir esses detalhes. Eu estava pensando em outras coisas. Aquela do lado da Da Kelly. Era onde se sentava a garota que morreu, certo? Uma leve brisa agitou por um momento seus cabelos de um louro cor de areia.

Os fantasmas podem ser bem mauzinhos quando querem. Quebrei o pulso caindo da escada. Eu agi sem pensar. O que veio exatamente a calhar. Mas ouvi. Lentamente eu fui me sentando. Mas daquela vez nada parecia estar quebrado. Estava toda coberta de pedacinhos de madeira, por cima da minha melhor jaqueta Donna Karan.

Olhei em volta para ver se via a Heather: pode crer que se a tivesse visto ali naquela hora eu a teria matado, realmente teria E era comigo que ele estava falando. Exatamente como eu imaginara. Foi apenas um acidente. Incrivelmente, todo mundo obedeceu. Padre Dominic era assim mesmo.

Gostaria de poder dizer o mesmo sobre o monsenhor. E Deus nos livre, o arcebispo! Imagine se o arcebispo fosse ferido! Nem pensar. Antes de ser removido pela diocese para um cargo administrativo, padre Dominic havia sido um professor de biologia muito popular e estimado.

Minha nossa! Quer matar o Bryce Martinson. Eu nunca vi tanta Nunca, em todos estes anos como mediador. Ela achava que eles iam se casar. Ainda assim, ele simplesmente botou ela no chinelo. Ele me olhava pensativo. Ainda assim, posso imaginar como a Heather deve ter-se sentido quando ele acabou com ela.

E agora, no primeiro dia de aula, acontece isso. Aposto que monsenhor adoraria Pensei que o senhor fosse um padre! Apenas vou dar um jeito para que o jovem sr. Padre Dominic levantou os olhos da gaveta. Chambers e Era um cabelo macio e encaracolado, o tipo de cabelo bom para ficar passando os dedos. E eu fui ficando. E um piolho mordeu meu dedo. Deixa que eu cuido da Heather. Uma semana? Foi quando ela apareceu aqui pela primeira vez.

Ela por acaso Eu me desculpei e apanhei de volta o meu passe. Bryce percebeu que eu estava segurando meu casaco. Ele foi apanhado de surpresa. Ela se matou porque estava doente. Qualquer coisa. Virei para ele e peguei de volta o meu casaco. Obrigada pela carona. Ele agarrou uma das mangas do meu casaco.

De um azul muito lindo. Para agradecer por ter salvo a minha vida e tudo mais. Era a maior mentira. De vez em quando chegavam caras novos na escola e eles mostravam interesse por mim Garotos da Costa Leste. E se ela descobrisse e ficasse ressentida comigo? Ele deu um sorriso. Tinha dentes lindos, brancos e regulares. O ar salgado definitivamente me faz bem. Eu vi aquela tora de madeira. Pode crer que salvou.

Fiquei olhando para ele como se ele estivesse maluco. Mestre deu de ombros. Fiquei olhando para ele. Nenhum sinal do Jesse. Nenhum sinal de nada anormal. Mestre franziu a boca. Eu me recostei numa das colunas da minha cama. Falei sobre isto com o Jake e o Brad e eles disseram que eu estava maluco. Talvez esteja mesmo.

Fiquei realmente sensibilizada. Dava para ver que o carinha tinha precisado reunir toda a coragem para fazer aquela proposta. Mas queria te perguntar uma coisa — continuei, abaixando a voz, para o caso de o Jesse estar em algum lugar por ali. Posso dar uma olhada na biblioteca. Mas cada um na sua, certo?

Primeiro eu tinha me prontificado a viver num quarto que segundo diziam podia ser mal-assombrado, depois tinha salvado a vida de Bryce Martinson. Correr os cem metros rasos em 10s04?

Provavelmente estava ocupado demais olhando para Kelly Prescott. Foi depois do jantar que o telefone tocou. Houve uma pausa, e eu ouvi a voz do padre Dominic. Eu olhei para os lados. Padre Dom pareceu surpreso.

Tem certeza? Tudo vai dar certo, prometo. Estava com a cara completamente enfiada na reportagem em que estava trabalhando. Estou com uma pessoa na outra linha. Voltei para o padre Dominic.

Um senador. Um senador muito importante. Nada vai estragar a visita do arcebispo. Tchau — e desliguei, voltando para o Bryce: — Oi, desculpe Quer dizer A outra linha acendeu. Pode esperar um minutinho? Kelly Prescott, da sua classe. Puxa, nunca vi tanta coragem na minha vida! Fiquei ali segurando o telefone, completamente abestalhada. Que ainda por cima estava na outra linha. O Brad sabe onde fica? Mas, olha Dunga largou o controle remoto. Andy aplicou-lhe um cascudo.

Eu voltei a falar com o Bryce. Aposto que eu era a primeira garota que se preocupava em atender a outra linha durante um telefonema dele. E obrigado de novo. Quer que a gente te apanhe? O Adam acaba de tirar carteira de motorista. Aquela eu tive que pensar. O problema Vai lavar o casaco? Eu nem podia acreditar. Claro que eu tinha pregado a maior mentira sobre o dever de casa. Jesse estava recostado no maior relax numa das pilastras da minha cama. E que tal deixar que eu cuide da minha vida?

Jesse nem se mexeu. Me expondo ao perigo Segura esta agora, Jesse. Ela sabe perfeitamente que eu sei cuidar de mim. Como pode estar sabendo de tudo isso? Eu nem tinha notado ainda que havia uma tranca na minha porta — ela devia ser muito antiga. E ajudou muito. Ele era um bom sujeito.

Ou pelo menos estava tentando ser. Essa mulher Ele hesitou. Por um momento, achei que ele ia abri-la. Voltei-me para olhar para ele. Nem podia. Eu continuei subindo na janela. De lua cheia. O metal estava aquecido pelo calor do meu corpo.

O Rambler, que de dia era turquesa, ficava parecendo cinza naquela sombra. Mas se o Dunga pode Tudo bem. Acabei vacilando. Claro que sei.

Ah, esquece. Tinha de haver uma bicicleta em algum lugar. Tinha de haver pelo menos uma bicicleta. Acabei encontrando uma. Era uma bicicleta de homem, claro, com aquela barra imbecil, e um assento duro demais. Mas parecia funcionar bem. Havia um pendurado num cabide ao lado da garagem. E aqueles buracos! Vou te contar! Como aquela porcaria daquele assento machucava quando eu passava por um buraco! Um deles buzinou para mim. O que, afinal, me convinha perfeitamente. Era a sala de aula do professor Walden.

O que certamente me convinha. Uma vez dentro da sala do professor Walden, fechei a janela pela qual havia entrado. Ela realmente era uma garota bonita. Pena que tivesse estourado os miolos. Lamento te incomodar Heather nem se mexeu. Ela apertou um pouco os olhos. Eu tremi nas bases. Quer se sentar para a gente poder conversar? Acha que simplesmente pode ir entrando, assim Eu sei que a Kelly te telefonou e te convidou para a porcaria da festa dela.

Heather arregalou os olhos. Por causa de um cara. Por causa do Jesse, o Max, o cachorro dos Ackerman, nem chega perto do meu quarto. Ela parou de gritar e ficou olhando para mim.

Eu tive de interromper. E sabe por que eu sei disso? Foi ele que rompeu comigo. Eu ouvi ele te convidando. Ele vai ter de gostar de mim. Ela olhou bem fixo para mim: — Que quer dizer? O que acontece com as pessoas depois que morrem Ela ficou olhando para mim. Ela fungou. Uma sombra passou em seu lindo rostinho.

Naquele instante eu me dei conta de que ela estava perdida. Quis dizer uma vida Ela estava surtando. Ela me interrompeu com um gemido meio Parecia que havia alguma coisa estalando. Estava na hora de fazer alguma coisa.

Deu para sacar que era a hora de me levantar. E foi o que fiz, bem depressa. Para minha surpresa, no entanto, ela nem pareceu sentir nada. Estava em outra. Em outra muito diferente. E sem o menor barulho. E, de repente, enquanto eu estava ali completamente paralisada, vendo as luzes se refletirem na bola de metal, ela caiu Que estava lindo. Nunca tinha visto uma coisa daquelas.

Seu peito arfava, subindo e descendo. Magoou hermosa. Magoou mesmo. Eu a sentia bem na altura da minha espinha. Parece maluquice, mas sou capaz de jurar que ela estava sorrindo para mim. Corri para o peitoril da janela, e, sem dar a menor bola para os cacos de vidro quebrado, agarrei-me a ela. Eu engoli em seco e dei meia-volta. Eu nunca tinha sentido tanto medo em toda a minha vida. E acho que era mesmo uma pergunta cretina. Afinal, que mal a Heather podia fazer ao Jesse?

Era isto que dava mais medo. Eu comecei a caminhar pelo estacionamento feito uma maluca. Talvez funcione. Isso mesmo!

Talvez ele entenda. Talvez ele Fui obrigada a parar, apanhada de surpresa com sua proximidade, meu nariz praticamente batendo no exato ponto em que o colarinho da sua camisa estava aberto.

Eu podia perfeitamente com ela. Vamos para casa. Eu tenho de Deixe que daqui para a frente ele cuida. Fui eu que estraguei tudo.

Por um minuto, apenas um minuto, realmente fiquei pensando Fiquei me perguntando de que tinha morrido. E agora aquele fantasma sensacional parecia que ia me beijar. E quem era eu para impedi-lo? Foi o suficiente para estragar completamente aquele momento. E para deixar meus olhos bem arregalados. E logo em seguida constatei horrorizada que havia manchas escuras semelhantes na camisa do Jesse. Comecei a me olhar e a me apalpar toda, e vi que eu tinha conseguido abrir uma das menores veias do meu pulso, mas ainda assim uma veia importante.

Enquanto falava com a Heather, eu tinha tirado as luvas e as havia guardado nos bolsos, e em minha pressa de escapar, durante o acesso de raiva dela, esquecera de voltar a vesti-las.

Sem conseguir dizer nada que tivesse alguma utilidade, acrescentei: — Mas que horror! Sujei a sua camisa toda Quero registrar aqui que era a primeira vez que eu era atendida em primeiros socorros por um fantasma. E eu nunca choro. Obrigada por ter vindo me ajudar. Acho que no fundo era perfeitamente natural que eu ficasse daquele jeito, toda dengosa com ele.

Claro que meu pai tentou Na verdade eu nunca podia contar realmente com ele, especialmente numa crise. Mas o Jesse O Jesse tinha vindo em meu socorro. E eu nem tinha pedido nada a ele. E acrescentou: — Vamos para casa. E como poderia? Eu olhei para ele. Eu dei uma risada. Quem pode garantir como eram os pais dela, afinal de contas? Como foi mesmo que morreu?

Provavelmente eu o tinha ofendido. Quer dizer, mais uma estalagem propriamente do que um hotel. Ficou me olhando por um longo momento. Pode ser mais injusto? Eu conto uma outra vez.

Estava danada da vida. Agora o Jesse estava rindo de mim. Seus dentes brilharam no luar. Boa noite, hermosa. Felizmente, todo mundo, menos o cachorro, dormia profundamente. Fui me arrastando como podia escada acima, pensando o tempo todo no que haveria de fazer com a Heather. Meio delicadinho para um cara como ele. Nada de J. Muito estranho. E aquelas letras todas caprichadas? Ou pelo menos era o que eles achavam. Discretamente, fui subindo de novo a escada e fingi que tinha achado as chaves no patamar.

Corta essa Tudo bem, era mais em mim do que no Bryce que eu estava pensando. Eu me endireitei. Quase tinha conseguido Ela estava me deixando nervosa.

Ele quer ver uns Acho que eu vou Firme, infelizmente, no exato lugar por onde eu poderia passar a caminho do gabinete do di- retor, tratando de anotar a falta do aluno. O que eu devia estar fazendo mesmo era tratar de fazer com que ele esquecesse de mim. Mas uma piada e tanto. Se eles soubessem a verdade E para dizer a verdade eu acho que o que aconteceu ontem foi um sinal O professor Walden parecia estar se divertindo horrores: — Um sinal, Kelly?

As pessoas ficavam olhando nervosas para o lugar vazio da Heather. Ela precisou virar-se para me ver: — Bem Kelly esticou o queixo para a frente. Kelly levantou as sobrancelhas: — Como?!